EQUÍVOCO
PRIMEIRO EQUÍVOCO
A maioria das pessoas imagina que os índios têm uma única cultura, que compartilham das mesmas crenças e língua. Esse pensamento não é verdadeiro. Se fosse, os índios TUKANO, DESANA, MUNDURUKU, WAIMIRI-ATROARI deixariam de ser eles mesmos para se transformarem no “índio genérico”. Cada povo tem língua, religião, arte e ciência próprias.
Hoje, vivem no Brasil mais de 200 etnias, que falam mais de 180 línguas, com grau de comunicação variável. A diferença que pode existir, por exemplo, entre a língua macuxi e a ingaricó (ambas do tronco linguístico karib) é comparável às diferenças entre o português e o espanhol. Mas quando as línguas são de troncos diferentes, a comunicação fica bem mais difícil. Como se conversassem um alemão e um brasileiro. Complicado...
SEGUNDO EQUÍVOCO: CULTURAS ATRASADAS
Quem considera as culturas indígenas como atrasadas e primitivas esquece que os índios produziram saberes, literatura, poesia, religião etc. As línguas indígenas foram consideradas pelos colonizadores como inferiores. Ora, todo linguista afirma que qualquer língua é capaz de transmitir qualquer ideia e sentimento. Isso significa dizer que não existe língua melhor que a outra. O que existe é a confusão entre a língua e o seu falante, que nas estruturas sociais podem ocupar posições mais ou menos privilegiadas.
As religiões eram consideradas apenas conjuntos de superstições. Basta entrar em contato com a cultura indígena para saber que esta opinião é preconceituosa e etnocêntrica, ou seja, que leva em consideração e se baseia apenas na cultura e nos valores de quem está observando os ritos religiosos. Os índios Guarani Mbyá, que têm aldeias em Angra dos Reis e Paraty, são considerados os “teólogos da floresta”. A religião é um dos traços mais marcantes dessa tribo.
As ciências indígenas também já foram tratadas de maneira preconceituosa. Os conhecimentos dos índios já foram desprezados como se fossem a negação da ciência e da objetividade. O antropólogo Darrel Posey explicou que existem índios especializados em solos, plantas, remédios, rituais etc.
A literatura também foi menosprezada. Os diferentes povos produziram uma literatura sofisticada, que foi menosprezada porque as línguas eram ágrafas, ou seja, sem escrita. Ela foi passada de geração a geração através da tradição oral. Mas, a partir do século passado, vários estudiosos recolheram no Pará e no Amazonas literatura oral de qualidade. Um deles foi o General Couto de Magalhães. Curioso, ele aprendeu a língua nheengatu só para conhecer as histórias dos índios. Por isso, certa vez ele comentou: “um povo que ensina que a inteligência vence a força é um povo altamente civilizado, é um povo altamente sofisticado”.
1 comentários:
Fiz minha pesquisa aqui, tirei algumas coisas importântes serviu muito pra mim. Muito obrigada muito boa a pesquisa de vocês.
Bjs Stefanny ♥
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