Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, ameaçando os outros, prometendo a guerra, sempre guerreira e, ao mesmo tempo, feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma que desmedida com que exterioriza sua cólera.
Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos nagôs (ou iorubas, outro nome para a mesma cultura) é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Niger, ou Oyá, pelos africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.
A figura de Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.
É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.
Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assimos filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos oa problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum
São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos. São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Faz parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não cerebrais por excelência. Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, mal reconhecendo em si mesmos, as pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.
Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior.
O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente tão grande dispêndio de energia.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.
Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar ( senão aterrorizar ) os que os cercam e os grandes interessados no comportamento humano.
Os Filhos de Yansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.
Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa; outros detalhespodem também contaminar os aspectos profissionaisTodas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.
Texto extraído do livro Os Orixás
3 comentários:
Olá meu nome é Vanessa,sou filha de Inhasã e Obaluaiê,gostaria de entender um pouco mais da história de Inhasã com Xangô e sobre a personalidade dos filhos de Inhasã com Obaluaiê.Tive uma infancia cercada desta religião maravilhosa,graças a minha falecida mãe ,a quem acompanhava a suas idas ao centro,mas desde que ela faleceu,há 6 anos atras fiquei afastada e tenho sentido a necessidade de despertar essa raíz que ficou de herança.Será muito válida uma orientação,sujestão ou somento opinião.Deixarei embaixo meu email para possíveis contatos e desde já agradeço o espaço.
Olá meu nome é Vanessa,sou filha de Inhasã e Obaluaiê,gostaria de entender um pouco mais da história de Inhasã com Xangô e sobre a personalidade dos filhos de Inhasã com Obaluaiê.Tive uma infancia cercada desta religião maravilhosa,graças a minha falecida mãe ,a quem acompanhava a suas idas ao centro,mas desde que ela faleceu,há 6 anos atras fiquei afastada e tenho sentido a necessidade de despertar essa raíz que ficou de herança.Será muito válida uma orientação,sujestão ou somento opinião.Deixarei embaixo meu email para possíveis contatos e desde já agradeço o espaço.
Olá...
Meu nome é Patrick, sou filho de Ogum... Gostaria de saber sobre o relacionamento entre filhos de Ogum e Inhasã...
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